segunda-feira, 25 de julho de 2016

Groove your Soul #137



Playlist:

01. Marvin Gaye - "Funky Space Reincarnation"

02. Curtis Mayfield - "Give Me Your Love (Love Song)"

03. Claudja Barry - "Love For the Sake of Love"

04. Love Unlimited Orchestra - "Strange Games Things"

05. Barry White - "I'm Gonna Love Just a Little More Baby"

06. Asha Puthli - "Space Talk"

07. Roy Ayers - "Everybody Loves the Sunshine"

08. Ramp - "Daylight"

09. Ronnie Foster - "Mystic Brew"

10. Leroy Hutson - "All Because of You"

11. Earth Wind and Fire - "Can't Hide Love"


Download em formato mp3 aqui: Rádio Autónoma - Podcasts Groove your Soul

domingo, 17 de julho de 2016

Kendrick Lamar ao vivo no SBSR: I really be back



Remember these words: I... really... be back !!!

Foram estas as palavras com que o rei, Kendrick Lamar, se despediu da multidão estarrecida que ontem se encontrava no MEO Arena, no fecho de mais uma edição do Super Bock Super Rock ou, devo dizer, Super Bock Super Hip Hop? Este estilo, incompreendido por alguns mas que, pouco a pouco e devido a artistas como o Kendrick, começa a ganhar terreno no nosso país e no mundo inteiro. Sim, para quem tinha dúvidas, foi o hip hop que 'mandou a casa abaixo' num festival que é caracterizado e comandado por outras sonoridades, podendo por isso (e essa é também a minha esperança) vir a ser considerado igualmente um estilo de massas.

A noite que já estava quente acabou ao rubro e para isso também contribuíram os nossos Orelha Negra, num concerto muito bem conseguido e encadeado, onde todas as sonoridades que nos fazem feliz, o soul, o hip hop, o funk, juntaram-se harmoniosamente nos beats fortes dos Orelha, para nos deixar logo bem acesos para o espectáculo que se adivinhava.

Os festivaleiros e míticos De La Soul, vieram logo a seguir para assegurar que se mantinha a festa. The party is over here!! Deambulavam eles de um lado ao outro do palco, com todo o seu groove e swag, para nos fazer vibrar e manter aquele braço no ar. Na verdade, eles não tinham muito que se preocupar pois 'the party was everywhere´! Em qualquer recanto daquele MEO Arena sentia-se a boa energia no ar. Estávamos prontos.

Look both ways before you cross my mind.

Foram estas palavras da autoria de George Clinton, arquitecto do funk, por detrás de bandas como Parliament e Funkadelic, que serviram de fundo a um concerto que viria a ser... apoteótico! 

Kendrick Lamar, 29 anos, de Compton chega-nos este génio que com o seu tremendo talento tem vindo a revolucionar a visão e a história do hip hop no mundo. Já tinha visitado o nosso país em 2014, no âmbito do NOS Primavera Sound, mas é com 'To Pimp a Butterfly' debaixo do braço, considerado uma obra-prima por muitos (e por mim), que pisa o palco Português novamente. O hip hop já não é somente fat beats e poesia em forma de rap. O Hip Hop de Kendrick é soul, funk, jazz e tudo mais que ele quiser. É puro e renovado ao mesmo tempo. É mensageiro, tal como em tempos outros génios pródigos assim o foram (Tupac). E é por tudo isto e por toda esta bagagem de boa música, que o público português o esperava enlouquecido, ansioso por o abraçar. Assim foi.

O nosso homie de Compton, que cedo percebeu: não estava assim tão longe de casa, percorreu todos os seus trabalhos, dando-nos exactamente aquilo que nós queríamos ouvir. Desde o mais recentes, 'Untitled 07', até ao seu primeiro EP (2009) muitos foram os temas que nos fizeram vibrar, saltar, cantar e manter o braço sempre lá no ar. De 'Good Kid, M.A.A.D. City' ouvimos 'Backseat Freestyle', 'Money Trees', 'Swimming Pools' e claro, 'Bitch, Don't Kill My Vibe'. Impossível matar aquela vibe maravilhosa que se estava a sentir, alastrada por todo o recinto. Tanto que fizemos questão de o demonstrar. É nestas alturas que muitos artistas percebem de que bom material é feito o público português. Um dos pontos altos do concerto foi, precisamente, ver Kendrick Lamar incrédulo durante quase 5 minutos, a olhar, visivelmente emocionado, aquele mar de gente a gritar por ele e para ele, a plenos pulmões. 'Can't Hide Love', cantavam-nos os Earth, Wind & Fire, cuja batida foi a introdução deste concerto e nós assim o fizemos, deitando tudo cá para fora. Kendrick confirmou: 'It's love'. Foi uma bela surpresa para ele que, claramente, não estava à espera desta calorosa recepção, resultando também para nós numa prenda antecipada: a sua promessa de regressar.

Recuperados daquele momento arrepiante, ele e a sua banda que, por sinal, tão bem o acompanhou, composta por guitarra, bateria, baixo e teclas, também eles foram donos e senhores de uma excelente performance, merecendo, por isso, aquela efusiva ovação; regressaram para alguns sucessos do seu último álbum. E enquanto o mundo parece um pouco louco lá fora, diz-nos o cantor, cá dentro ao menos celebremos a vida. E assim o fizemos, com o tema 'i', cantando bem alto: I love myself!!! Estamos todos juntos, numa raça sem cor, unidos na esperança por um mundo melhor.

Outras pérolas de 'To Pimp a Butterfly' puderam ser ouvidas ao longo do concerto, como 'King Kunta', 'Complexion', 'These Walls', 'For Sale', 'Hood Politics' e 'For Free', dedicada a uma felizarda da primeira fila, e na qual a performace de Kendrick foi sublime, parecendo também ele um instrumento endiabrado no meio daquela confusão jazz.

Um concerto curto (1:10h) para as vontades de muitos, mas intenso, e que ainda assim teve direito a um encore, o derradeiro 'Alright'. O público ao rubro, a queimar os últimos cartuchos e com uma sede de mais que, segundo o mesmo, será saciada num prometido regresso do cantor para um espectáculo a solo e sem os minutos contados. Assim o esperamos, mas até lá, Kendrick, podes ter a certeza, ficámos todos Alright!

Groove your Soul #136



Playlist:

01. Kendrick Lamar - "For Free (Interlude)"

02. Kendrick Lamar - "Alright"

03. Kendrick Lamar - "Poetic Justice" (Feat. Drake)

04. De La Soul - “Time For The Summer”

05. De La Soul - "Breakadawn"

06. De La Soul - "Buddy"

07. De La Soul - "Beautiful Night"

08. Lion Babe - "Where Do We Go"

09. Lion Babe - "Jungle Lady"

10. Kwabs - "Wrong Or Right"

11. Kelela - "Bank Head"

12. Orelha Negra - "Barrio Blue"

13. Lion Babe - "Treat Me Like Fire"

14. Kendrick Lamar - "Bitch, Don't Kill My Vibe"

15. Kendrick Lamar - "i"

16. Disclosure - "Holding On" (Ft. Gregory Porter)

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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Jill Scott ao vivo no EDP Cool Jazz


Um bom concerto é das melhores coisas que me podem dar. Das melhores alegrias, sensações e adrenalina que posso vir a ter. Já sorri muito de orelha a orelha, gritei até ficar sem voz, bati palmas até doerem-me os dedos e, inclusive, chorei em alguns concertos. Se for preciso, e tiver possibilidades de fazê-lo, apanho aviões e voou até eles.

Isto para vos explicar que, talvez por isso, seja cada vez mais critica e exigente em relação a um concerto, especialmente quando este é muito ansiado e se trata de alguém que gosto, admiro e sigo há bastante tempo.

Jill Scott, era um desses casos.

Jilly from Philly é uma diva. Possuidora de uma voz arrebatadora, poderosa e genuína impera no neo-soul. A sua música, envolvente, transmite doçura e força ao mesmo tempo.

Na passada terça-feira, nos Jardins Marquês de Pombal, a sua voz que, confirma-se, é maravilhosa, não defraudou. Mas faltou-me o resto.

Quando digo o resto, é muita coisa. Vamos lá ver, eu adoro Jill Scott e vou continuar a adorar, ainda que e por isso mesmo, tenha ficado um bocadinho ressentida com ela, confesso. O problema aqui (e que na verdade não é nenhum problema) é que já tive a sorte de assistir a alguns bons concertos de artistas do seu nível (ou até mesmo inferior), que deixaram a fasquia muito elevada. Mas voltando ao início, o 'resto' é tudo aquilo que distingue um concerto normal, banal, de um concerto inesquecível.

Como já referi outra vezes, eu não sei o que as pessoas que gostam de heavy metal ou transe procuram quando vão a um concerto, mas sim sei o que os amantes de soul querem: alma, groove, emoção, paixão, calor! Para mim faltou essencialmente isto no concerto de Jill Scott e não foi apenas porque estava uma noite efectivamente fria ou devido ao gap das cadeiras que partiram o público. Eu já assisti a N concertos no EDP Cool Jazz e sabia que isso poderia condicionar, daí ter apostado nos lugares da frente, para poder apreciar da melhor forma possível esta cantora que eu tanto gosto. Logo, não, não foram as cadeiras que me separaram de Jill Scott. Eu estava bem à sua frente e, ainda assim, não conseguimos estabelecer qualquer conexão. O mesmo não me aconteceu com Charlie Wilson, por exemplo, que com as mesmas condições conseguiu transmitir-me calor e muito groove. Achei-o genuíno, senti a sua entrega ao público e, acima de tudo, senti aquilo que mais gosto de sentir vindo de um artista, o seu amor pela música.

Muito sinceramente, alguns podem ficar revoltados com o aqui vou dizer, mas uma vez que tenho um blog, tenho de utilizá-lo para estas coisas, para as alegrias e para as tristezas. O que senti no caso de Jill Scott, foi que veio cumprir protocolo. Um concerto de apenas 1:15h (e após quase o mesmo tempo de espera), sem encore e com um final nada arrebatador. Jill interagiu pouco com o seu público e as primeiras músicas foi ao estilo ‘sempre a aviar’ que eu, particularmente, não gosto. A banda muito discreta e a faltarem alguns instrumentos que se pediam neste tipo de concerto (sopro). O único solo foi, incrivelmente, de guitarra e aqui foi o segundo momento em que me perguntei em que concerto estava. O primeiro aconteceu quando o tema “It’s Love” foi assassinado ao ser latinizado naquela versão de salsa... Vamos lá ver outra vez, uma pessoa que AMA soul e todas as suas variantes e que tem poucas possibilidades de assistir a concertos desse género no seu país, evidentemente, quando tem essa oportunidade, o que espera encontrar não é os temas que venera transformados noutros estilos como o rock ou a música latina, ainda que, se calhar para alguns, os mesmos façam mais sentido no nosso país. No meu caso e acredito no de muitos que ali estavam, eu queria era SOUL Goddamn it! Obviamente que gosto e espero ouvir as músicas ao vivo com arranjos e improvisos diferentes daqueles que oiço em casa, mas não quero, de todo, sentir que as mesmas estão desvirtuadas e perder a conexão que tenho com elas! No concerto de Jill Scott, apenas a "Golden" e a “A Long Walk” me fizeram dançar com vontade e estalar os dedos ao som do seu groove. Era aquilo que eu queria ter sentido reproduzido ao longo de todo o concerto e não aconteceu.
E o que mais me entristece no meio de isto tudo, é ter a certeza de que se eu for a Londres ver um concerto de Jill Scott, tal não acontecerá!

Conclusão, podem ser um pouco duras as minhas palavras e espero que outras pessoas não tenham sentido o mesmo, mas no meu caso, foi isto. Sai mesmo cabisbaixa do recinto do EDP Cool Jazz naquela noite e não é assim que eu gosto de sair deste tipo de concertos.

Ou seja, Jill Scott, terás de voltar novamente ao nosso país (que sabe apreciar música muito bem), para te redimires. O John Legend assim o fez e, pelo que dizem, correu-lhe bem.


segunda-feira, 11 de julho de 2016

Groove your Soul #135 (Especial Jill Scott)



Playlist:

01. Jill Scott – “Jilltro”

02. Jill Scott – “Gettin' In The Way”

03. Jill Scott – “A Long Walk”

04. Jill Scott – “Brotha”

05. Jill Scott – “It's Love”

06. Jill Scott – “Love Rain”

07. Jill Scott – “Cross My Mind”

08. Jill Scott – “He Loves Me”

09. Jill Scott – “Family Reunion”

10. Jill Scott – “Golden”

11. Jill Scott – “Hate On Me”

12. Jill Scott – “Blessed”

13. Jill Scott – “Le Boom Vent Suite”

14. Jill Scott – “Can't Wait”

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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Groove your Soul #134



Playlist:

01. Anderson Paak – “Celebrate”

02. Chance the rapper – “Blessings”

03. Vic Mensa – “Hollywood LA”

04. Kweku Collins – “Stupid Rose”

05. De La Soul – “Pain”

06. Robert Glasper – “Violets” (Ft. Phonté)

07. Lalah Hathaway, Snoop Dogg & Robert Glasper – “Ghetto Boy”

08. Joyce Wrice – “Do You Love Me”

09. Joyce Wrice – “I Want You”

10. Jose James – “Park Bench People”

11. Michael Kiwanuka – “One More Night”

12. Kendra Morris – “Cry Sometimes”

13. Cat Power – “Lived in Bars”

14. Eryn Allen Kane – “Sunday”

15. Yaw – “Where Will You Be”

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