sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O dom da palavra


Alguns de vocês saberão que, além do Groove your Soul, escrevo habitualmente para o Palco Principal.
Embora seja um projecto paralelo, a verdade é que partiu daqui. Aliás, todas as coisas boas que me têm acontecido relacionadas com a música (Palco Principal, rádio, podcasts, eventos, etc) tem a sua raiz neste blogue.

Não sei porquê, nunca publicitei muito aqui os meus textos do Palco Principal... limitei-me a criar um separador no lado direito, que vou actualizando consoante os artigos que escrevo. Contudo, embora seja algo mais "profissional" (se assim se pode dizer, ainda que entre aspas), escrevo com o mesmo carinho e, talvez até mais dedicação (no sentido em que é um trabalho mais cuidado e que me induz uma maior responsabilidade), do que escrevo aqui.

Ao contrário do Groove your Soul, que é a minha casa, o meu espaço, o meu recanto... no qual posso escrever exactamente aquilo que me apetece, quando me apetece... onde posso ser eu, feliz, triste ou chateada, e dizer como a música me faz sentir a mim, Lucélia Fernandes. Para o Palco Principal já não é bem assim. Procuro sempre activar alguns filtros e tentar transmitir aquilo que a música fará sentir ao leitor que ouvir aquele álbum, ou que queira reviver os pormenores de um concerto ao qual assistiu, ou "levá-lo lá" caso não tenha podido ir. Conclusão: tento não ser facciosa nos meus textos o que, confesso, nem sempre consigo... pois entusiasmo-me e tenho vontade de escrever tudo de bom que estou a sentir. Essa é outra vantagem que facilita muito as coisas para quem lida com as palavras - poder escrever sobre o que se gosta.

Como já tenho dito muitas vezes, não me considero crítica de música, nem jornalista, nem nada que se pareça (e tenho muito respeito por quem o é!)... simplesmente gosto de partilhar aquilo que oiço e gosto, por palavras. O Palco Principal deu-me essa oportunidade - de conseguir passar as minhas palavras a um maior número de pessoas, seja acerca dos álbuns que me encantam e me deixam com uma vontade enorme de os recomendar, seja através dos concertos bonitos que, como eu costumo dizer, me aquecem a alma.

O concerto de ontem foi um deles e, embora não devesse estar agora aqui, mais uma noite agarrada ao computador, depois de ontem me ter deitado às tantas (também a escrever) e após ter passado o dia inteiro no trabalho a repetir para comigo mesma: "hoje vais deitar-te cedo, hoje vou deitar-me cedo!!!"... há coisas contra as quais, simplesmente, não consigo lutar.

Aqui vos deixo mais bocadinho de mim, a reportagem para o Palco Principal do concerto de Gregory Porter.





"(...) Em busca deste ‘liquid spirit’, foram muitos os que numa noite quente de outono, a meio de mais uma semana de trabalho, encheram o auditório do CCB com o objetivo de se deliciarem com a música acolhedora deste cantor. E, de facto, não foi difícil deixar-se levar, descontrair, desconectar… Durante uma hora e meia foi fácil sorrir, bater palmas, bater o pé, estalar os dedos, sonhar. (...)"



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